O uso da inteligência artificial nas campanhas eleitorais é a maior novidade nas eleições deste ano. O potencial de estrago ainda está para ser dimensionado pelo que virá logo adiante. Mas já é possível imaginar o que está sendo preparado nos mais de 5.500 municípios brasileiros que escolherão os novos gestores. Marqueteiros e afins deram a largada em suas estratégias com o uso do extravagante recurso.
Antes mesmo das convenções, o TSE já começou a punir pré-candidaturas que abusaram da IA na comunicação com o eleitorado. No Mato Grosso do Sul, um pré-candidato a prefeito de Costa Rica foi multado em 10 mil reais. Waldeli Rosa (MDB) divulgou num grupo de WhatsApp um vídeo do prefeito Cleverson Alves (PP) comparando a população do município a cachorros. Um escândalo. Mas era montagem.
No vídeo, o prefeito de fato aparece fazendo a comparação, mas a voz não é dele. Foi produzida por IA e editada com a imagem – esta, sim, real – do gestor do município. Esse tipo de manipulação é um dos mais comuns no uso da recente ferramenta. Se já estivéssemos no período oficial da campanha, o delito teria tudo para cassar o registro da candidatura. É o que preveem as normas eleitorais para este ano.