Teste desenvolvido na UFBA pode identificar coronavírus em 3h, diz pesquisador


O virologista Gúbio Soares, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolveu junto à equipe dele um teste rápido que pode identificar o coronavírus em cerca de 3 horas.

Gúbio, que foi um dos pesquisadores que identificaram o zikavírus, conta que o teste é moderno e feito em uma máquina do instituto na Bahia. A técnica, conforme relatou, é a mesma que é usada na China, Alemanha e Estados Unidos.

“Nós usamos um teste específico para o coronavírus, que funciona só com coronavírus. Temos um equipamento mais moderno, muito mais sensível para todos os vírus que a gente queira trabalhar. Na realidade ele é um real time mais moderno, mais sensível, com resultado mais breve”, explica.

O pesquisador conta que a extração do material genético do vírus é feita nesse equipamento.

“É um equipamento automatizado, não tocamos no material, colocamos com luva e máscara. A partir dali nós vamos extrair o material genético do vírus e vamos levar para outra máquina. Usamos a secreção da faringe”, diz.

Sobre o uso do equipamento, Gúbio conta que ele pode ser usado tanto pela rede pública, quanto a particular. Entretanto, ele explica que a rede pública tem um fluxo determinado pelo Ministério da Saúde, e que as amostras são processadas pelos laboratórios públicos.

“Meu objetivo é como foi com o zikavírus, que nós identificamos. Veio uma amostra de um hospital particular de Camaçari, e nós processamos essa amostra. Qualquer hospital que quiser mandar as amostras suspeitas para nós [do coronavírus], nós fazemos e damos o resultado ao hospital. Já existe uma normativa de fluxo para os laboratórios públicos, mas nós queremos oferecer nossa capacidade técnica, científica de um descobrimento de vírus, que a gente tem trabalhado aqui, para oferecer ao estado, ao país, à população, e beneficiar principalmente o povo”, conta.

A Bahia não possui casos suspeitos de coronavírus. Já o Brasil tem nove casos suspeitos, mas nenhum confirmado. A doença já matou 637 pessoas na China.

Sobre a doença, o pesquisador diz que os brasileiros não têm motivo para preocupação, até mesmo com a chegada do carnaval.

“Esse vírus, já se sabe que ele vai ficar concentrado na China. Existe um controle muito grande do governo da China. Os casos que estão aparecendo no mundo são de turistas que estavam na China e voltaram para os seus países. A população brasileira não precisa entrar nesse medo excessivo, porque aqui no Brasil não vem muito turista chinês para o carnaval. E como a saída do chinês está mais difícil, até pelo controle do país, não vai chegar o vírus aqui no Brasil”, diz.

Gúbio ainda explicou sobre a taxa de mortalidade e do público de alcance da doença.

“A taxa de mortalidade do vírus é muito baixa, é de 2%. Ele atinge, já se sabe, uma população com mais de 60 anos. Para que as pessoas venham morrer têm de ter uma deficiência imunológica, uma doença prévia. Eu acho que a população tem que se tranquilizar. Existe virologista no mundo inteiro já falando sobre isso, de que esse vírus não vai se disseminar, ele vai se controlar na China”, conta.