A data de retorno às aulas na Bahia ainda não foi definida, garante a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC). Uma carta aberta supostamente redigida pelos professores da rede estadual de ensino circula pelas redes sociais e aponta que as aulas nas escolas do estado voltariam em 31 de agosto. Entretanto, a carta e o indicativo de retorno das atividades presenciais são considerados falsos.
O coordenador geral da Associação dos Professores Licenciados do Brasil Secção da Bahia (APLB Sindicato), Rui Oliveira, garante que a entidade não redigiu a carta aberta endereçada ao secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues. Diferente do que afirma o documento, a entidade vem debatendo a volta às aulas com a pasta e as prefeituras. “Na quarta temos uma outra rodada de debates com o secretário”, disse.
Em nota, a SEC afirma que as aulas só serão retomadas em “condições de segurança, em consonância com o restante do país e seguindo as melhores práticas e experiências do mundo, de forma segura e sustentável”. Ainda de acordo com a pasta, a definição da volta às aulas presenciais só ocorrerá a partir da indicação das autoridades de Saúde do governo do estado, seguindo os protocolos de segurança.
Assim como afirmou Oliveira, a pasta da Educação informou que os protocolos de segurança e o calendário de retorno às aulas serão debatidos com entidades e instituições pertinentes seguindo a prática do diálogo, da colaboração e da construção coletiva.
A SEC explica que circula nas redes sociais um fragmento de documento interno, que foi retirado de seu contexto, o que dá a entender que o retorno das atividades presenciais está próximo. “Tal documento, um exercício meramente hipotético de calendário feito com os professores para construir, conjuntamente, as “Trilhas do Saber”, traz expressamente o aviso de que “até que os indicadores de monitoramento da covid-19 se estabilizem no Estado, não há previsão de retorno” – trecho omitido propositadamente para induzir os leitores ao erro”, explica a pasta sobre a informação falsa de retorno das aulas em agosto.
A carta teria sido redigida pelos professores da rede estadual de ensino, que questionam a retomada das aulas em 31 de agosto. O documento considerado falso pela APLB aponta que os professores também desejam retornar às salas de aula, mas compreendem que os riscos são muito grandes. O texto ainda reconhece os esforços do governo do estado para barrar novas contaminações na Bahia e solicita uma maior participação dos professores no debate sobre o retorno das aulas.
Frente da Educação em Defesa da Vida
Em conjunto com outras entidades da educação, a APLB-sindicato criou a Frente da Educação em Defesa da Vida para debater os riscos de um eventual retorno às aulas durante o período de pandemia. O lançamento da frente ocorreu nessa segunda-feira (27). No debate, estavam presentes representantes da UNE, da Ubes, da CUT, do Ministério Público, do Conselho estadual de Educação, das Comissões de Educação da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa.
“Essa frente será constituída com diversas entidades e vamos discutir formas de fazer com que vidas sejam salvas. O conteúdo a gente repõe, não a vida. Uma tentativa de retomada das aulas agora seria inadmissível. Seria um genocídio irresponsável tendo em vista que as escolas públicas não têm o mínimo protocolo de biossegurança para garantir o retorno de aulas no estado. O único remédio para garantir que ninguém seja contaminado se chama vacina”, disse Oliveira.
Fonte: Correio*
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