Previdência: Bolsonaro admite diminuir idade mínima de mulheres para 60 anos


BRASÍLIA — A flexibilização de pontos da reforma da Previdênciaadmitida nesta quinta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro pode fazer com que a economia gerada pela medida na próxima década seja R$ 30 bilhões abaixo da prevista pela proposta original. Esse impacto fiscal, no entanto, é o menor dos problemas na fala do presidente — já que a redução representa apenas 3% do R$ 1 trilhão que o governo poderá poupar caso o texto seja aprovado.

A principal questão é que esse recuo precoce, na visão de analistas e parlamentares, abre espaço para que o projeto seja mais desidratado no Congresso, pois sinaliza para grupos de pressão que mais concessões são possíveis.Durante um café da manhã com jornalistas, Bolsonaro afirmou que aidade mínima de aposentadoria para mulheres, fixada em 62 anos na proposta de emenda à Constituição (PEC) encaminhada por ele ao Congresso, poderia ser de 60 anos. Também disse que as regras para o benefício de prestação continuada (BPC), pago a idosos carentes, poderiam ser menos duras que as previstas no projeto.

Hoje, esses idosos têm direito a um salário mínimo aos 65 anos. Essa idade mínima subiria para 70 anos, mas, em compensação, quando eles completassem 60 anos, começariam a receber R$ 400. Bolsonaro admitiu ainda que os novos parâmetros para pensão por morte (que reduzem o valor a 60%, com um adicional de 10% por dependente) podem ser flexibilizados.

— Eu acho que dá para cortar um pouco de gordura e chegar a um bom termo, o que não pode é continuar como está (o déficit na Previdência) — disse o presidente. *G1