A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a morte de uma mulher de 32 anos em uma clínica do Sudoeste, na última quarta-feira (19), após uma endoscopia. A família suspeita de erro médico, e diz que os exames de Jaqueline Ferreira de Almeida estavam em dia. O profissional responsável pelo atendimento diz que fez tudo que estava ao alcance. O exame foi feito na manhã de quarta. A técnica injeta uma substância no estômago dos pacientes que já se submeteram à cirurgia bariátrica, mas voltaram a ganhar peso. O procedimento é feito em ambulatório e costuma ter recuperação rápida, o que não aconteceu com Jaqueline.
Segundo a família, a vendedora não conseguiu expelir os gases injetados durante a endoscopia e teve uma piora no quadro. O marido, Valderi Brito, diz que ela só foi transferida da clínica para um hospital no início da noite. Ela chegou a passar por nova cirurgia e foi internada na UTI, mas não resistiu e morreu, horas depois.
“A gente quer esclarecimentos, buscar o que realmente aconteceu. Por que se demorou a dar um atendimento, uma atenção maior ao caso dela”, diz o marido. O casal tem uma filha de 11 meses.
Brito conta que questionou o médico responsável pela endocopia, Lucas Seixas, enquanto Jaqueline ainda estava na UTI. Na ligação, gravada pela família, Seixas afirma que só descobriu um rompimento no intestino da paciente quando chegou ao centro cirúrgico.
“O intestino ficou tao distendido, tão distendida a barriga assim, que aquele ponto, naquele ponto nao aguentou e [faz um som para indicar o rompimento], pra aliviar […] Eu acho que “tava” muito distendido, todinho, e possivelmente deve ter rompido do final da tarde pra cá. […] Eu só esperei ressuscitar e fui pro centro cirúrgico. Não sabia onde era. Mas, sabia que tinha um problema”, dizem os trechos do áudio.
“Me desculpe, eu não queria que isso fosse assim não. Queria que ela estivesse hoje é com você, sua filha. Eu vou fazer o possível. Mas assim, eu não posso fazer mais do que eu tenho conhecimento. Estou arrasado, arrasado”, afirma Seixas em outra parte da ligação. Naquele momento, Jaqueline ainda estava viva.
O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), que vai investigar a morte. Na tarde deste sábado (22), a clínica no Sudoeste estava fechada. A TV Globo foi à casa do médico, mas ouviu da empregada doméstica que Lucas Seixas não poderia falar sobre o caso.
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