Petistas apostam em ataque de Palocci a Lula


PR - LAVA JATO/RENATO DUQUE/DEPOIMENTO - POLÍTICA - O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, chega na sede da Justiça Federal, em   Curitiba, nesta sexta-feira (5). Duque prestará depoimento ao juiz Sérgio Moro em ação   penal da Lava Jato que apura se o ex-ministro Antônio Palocci recebeu propina para atuar   a favor da Odebrecht.Renato Duque também é réu no processo.   12/04/2016 - Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB/ESTADÃO CONTEÚDO
                          Palocci (foto) decidiu fazer delação premiada

A delação de Antonio Palocci é dada como certa entre petistas desde a semana passada. Na abertura da etapa paulista do 6º Congresso Nacional do PT, na sexta-feira da semana passada, a “traição” do ex-ministro era um dos assuntos principais.

Em tom que variava entre a indignação e a resiliência, petistas comentavam que Palocci iria entregar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em troca do acordo com o Ministério Público Federal.

A certeza dos petistas vem de recados dados por pessoas próximas ao ex-ministro da Fazenda (Lula) e Casa Civil (Dilma Rousseff) e também pela lógica da exclusão.

Segundo eles, Lula é o único alvo que a Lava Jato ainda não conseguiu alcançar e Palocci, dada a proximidade com o ex-presidente até bem pouco tempo atrás, poderia preencher lacunas que dariam mais solidez às denúncias contra Lula.

A indignação dos petistas com o ex-ministro aumenta diante das suspeitas que pesam contra Palocci. Ao contrário do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso por supostamente operar o esquema de caixa 2 do PT, Palocci é acusado de enriquecimento pessoal.

Sob a condição de sigilo, petistas dizem que o ex-ministro quer preservar seu patrimônio, em grande parte acumulado no período dos governos do partido, ao tentar o acordo de delação premiada.