Sob protestos de sindicatos e partidos da oposição, o conselho de administração da Petrobras aprovou nesta quarta (24) a venda da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, a primeira privatização de uma unidade de refino feita pela estatal.
O negócio, de US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 9,1 bilhões, pela cotação atual), é parte de um plano iniciado pelo governo Michel Temer e acelerado pelo governo Jair Bolsonaro para reduzir a presença estatal no setor.
O acordo para a transferência do ativo ao fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, foi anunciado no início de fevereiro e gerou uma onda de protestos, incluindo o ingresso, por sindicatos, de ações judiciais para suspender as negociações.
Na noite de terça (23), ao tomar conhecimento de que o assunto seria debatido pelo conselho nesta quarta, sindicatos e partidos de oposição iniciaram uma campanha para tentar reverter a operação. Eles alegam que o preço ficou abaixo de projeções de mercado.
“É muita estranha a atitude do atual presidente da Petrobrás de querer consumar a venda, a preço de banana, e às pressas, a menos de 20 dias para a sua substituição do comando da empresa”, disse o coordenador geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar.
O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, foi demitido por Bolsonaro em meados de fevereiro, em meio a críticas sobre a escalada dos preços dos combustíveis no país. Mas ele decidiu permanecer no cargo até a aprovação em assembleia de acionistas de seu sucessor, o general Joaquim Silva e Luna, que deve ocorrer no próximo dia 12.
Líder da minoria no Congresso, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) também questionou, em ofício à Petrobras, a venda ” sem transparência no processo licitatório, por valor abaixo da referência de mercado, num período de transição entre mandatos do presidente e de membros de seu conselho administrativo”. (mais…)