Estudo mostra que agropecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do mundo


O Brasil está à frente de outros países exportadores de produtos agrícolas e pecuários em termos de crescimento da produtividade, baseada em ciência e tecnologia e em produção por unidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE). A conclusão está em um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisou a posição do Brasil em diversos indicadores de sustentabilidade em comparação com sete grandes agroexportadores: Argentina, Canadá, China, França, Alemanha, Índia e Estados Unidos.

Dois indicadores tiveram destaque no levantamento: o efeito poupa-florestas, que busca apontar a extensão de terras poupadas devido às mudanças tecnológicas e técnicas na produção agropecuária, e a emissão de gases de efeito estufa por unidade de produção.

No caso do efeito poupa-florestas, esse indicador alcançou 43,2% do território nacional em 2020, o maior entre os países comparados. A área poupada é maior do que a efetivamente utilizada na agropecuária brasileira. Depois do Brasil, o país com melhor desempenho nesse indicador é a Índia, com 34,5%. No entanto, o desempenho indiano esteve associado exclusivamente à produção agrícola. Já o brasileiro se deve aos ganhos de produtividade na agricultura e pecuária.

Já a produção brasileira por unidade de emissão de gases de efeito estufa (GEE) tem crescido continuamente, entre outros fatores, devido ao avanço da mudança tecnológica e aos investimentos em produção de baixo carbono. A economia brasileira é a que apresentou a melhor taxa de crescimento do indicador baseado na produção agropecuária por emissões totais de gases estufa entre 1990 e 2020, de acordo com o estudo – 3,92% na pecuária e 3,93% na agricultura.

Segundo o Ipea, o estudo mostra que o Brasil tem muito a contribuir para a oferta global de alimentos e energia, diante da preocupação global com a inflação dos alimentos, a segurança alimentar, os efeitos da Covid-19 e a crise gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia no mercado global.

“É possível produzir cada vez mais com cada vez menos. Cada vez menos terra, cada vez menos emissão, cada vez menos impacto ambiental, desde que com mais tecnologia”, ressaltou o diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, Nilo Luiz Saccaro Junior.