O dólar até fechou em alta nesta terça-feira, mas chegou ao fim da sessão em tom mais fraco e longe das máximas do dia, com operadores reduzindo a demanda pela moeda norte-americana na esteira da melhora do sentimento externo e após interpretações de que os juros no Brasil poderão subir ainda mais, provendo assim um escudo mais forte para a taxa de câmbio.
O dólar à vista terminou em leve alta de 0,12%, a R$ 5,2604.
Ficou, assim, distante do pico intradiário, quando bateu R$ 5,291 (+0,7%). Na mínima, a cotação registrou variação negativa de 0,05%, a R$ 5,2514.
Uma cesta de moedas emergentes chegou ao fim da tarde em ligeiro ganho de 0,05%, após cair quase 0,2% na mínima de mais cedo. Outra evidência do clima melhor entre os investidores, as bolsas de valores de Nova York tinham firmes altas, tomando fôlego em relação a mais cedo.
O foco dos mercados está em dados de inflação nos Estados Unidos a serem divulgados nesta semana, mas enquanto isso o “trade” positivo com emergentes prossegue, a despeito das incertezas sobre as altas de juros em países desenvolvidos — que poderiam reduzir a atratividade de moedas como o real.
Nesse sentido, o câmbio encontrou algum suporte no entendimento de operadores, baseado na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o Banco Central poderia elevar mais os juros no Brasil, possivelmente acima de 12%, ante os atuais 10,75%.
O juro implícito em contratos a termo de real para um ano subiu a 11,7% anuais nesta terça, contra mínima recente de 11,36%.
“Os ativos locais, em especial o real, têm apresentado desempenho absoluto e relativo bastante positivo neste começo de ano. Acredito que o diferencial de juros, a atratividade de nossa bolsa e, consequentemente, os fluxos, estão favorecendo este movimento”, comentou Dan Kawa, diretor de investimentos e sócio da TAG Investimentos, que, contudo, levanta dúvidas sobre a sustentabilidade dessa dinâmica.
“Tenho enormes dificuldades em acreditar que este movimento será estrutural. Não sei dizer ao certo até onde o movimento irá, mas acredito que será mais pontual do que permanente”, completou.
Ibovespa
O principal índice da bolsa brasileira fechou em leve alta nesta terça-feira, após acelerar no final do pregão, com o efeito de dia positivo em Wall Street superando o impacto da queda do petróleo e da indicação pelo Banco Central de aperto monetário para além do esperado por parte do mercado.
Os papéis da Petrobras e de outras petrolíferas pressionaram o índice, enquanto Vale e JBS estiveram na ponta oposta.
De acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 0,22%, a 112.239,13 pontos. O volume financeiro da sessão foi de R$ 22,6 bilhões.
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