Concurso para Polícia Militar do Paraná exige ‘masculinidade’ de candidatos


O edital de concurso para cadetes da Polícia Militar do Paraná estabelece que os candidatos deverão se submeter a um teste psicológico para avaliar se encaixam-se no critério de masculinidade.

Podem concorrer às vagas homens e mulheres, com idade até 30 anos. No entanto, o número de vagas preenchidas por mulheres não pode ultrapassar 50% do total, em respeito a uma legislação estadual.

O anexo 2 traça o perfil para atuar na função e prevê que, na característica de masculinidade, a pessoa tenha capacidade de “não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”.

Questionada sobre o item a PM afirmou por meio de nota que foi dada, por parte de alguns setores da sociedade, uma interpretação equivocada ao critério “masculinidade” e que o objetivo é “avaliar a estabilidade emocional e a capacidade de enfrentamento, aspectos estes extremamente necessários para o dia a dia da atividade policial militar”.

O concurso gerou revolta e causou uma manifestação a Aliança LGBTI e do Grupo Dignidade, que emitiram um comunicado conjunto para questionar os termos do edital, considerados discriminatórios e machistas.

Segundo os grupos, os termos são incompatíveis com atitude adequada de integrantes da Polícia Militar. As entidades também apelaram ao bom senso da primeira mulher a governar o Paraná, Cida Borghetti (PP), e da primeira mulher a comandar a PM do estado, coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, para que o edital seja revogado. Por Matheus Simoni