Os grupos de conversa em aplicativos de celular podem ser uma mão na roda para a família quando o assunto é escola, mas muitas vezes também se tornam um problema. O R7 ouviu especialistas para entender esse fenômeno de compartilhamento de mensagens e como os pais podem lidar da melhor maneira com a ferramenta.
Quando surgiu a denúncia do vídeo da boneca Momo nas redes sociais, o alarme soou. Com a intenção de alertar outras famílias e proteger os filhos, muitos pais compartilharam sem pestanejar. Conclusão: com as buscas, o conteúdo ficou mais acessível para as crianças.
“Essas ferramentas exercem o fascínio de dar a impressão de que encurta distâncias, ao mesmo tempo, as pessoas estão distantes e não precisam ver a reação do seu interlocutor”, explica Carlos Miranda, professor da Faculdade de Educação da Unicamp.
Para a psicopedagoga Adriana Foz, tecnologia existe desde que o mundo é mundo, seja um lápis ou aplicativos, a questão é saber usar. “Antes tínhamos o telefone, hoje os aplicativos, a questão agir com critério e ética, principalmente quanto aos compartilhamentos”.
A facilidade de compartilhar informações e vídeo é apontado como um ponto de reflexão nas redes sociais. “É quase um processo automático, a pessoa recebe e replica, sem reflexão, se parasse para pensar não enviaria 70% das mensagens”, diz Miranda.
“Baleia azul, Momo, sempre teremos algum bicho papão, os adultos devem refletir como agir, devo dar tanta atenção para isso? Estou seguro quanto a educação que estou dando para os meus filhos?”, avalia Adriana.
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Para a psicopedagoga Ivone Regina Scatolin Serra os pais precisam ter autocontrole e controle da situação. “Impor limites aos filhos, dizer não porque frustrações fazem parte da vida e acompanhar as atividades das crianças e adolescentes, muitas vezes proíbem de pegar um ônibus, mas deixam livres nas redes sociais sem sabe com quem estão conversando”.
Família
Para lidar com os grupos de conversa por aplicativo, Adriana orienta aos pais primeiro avaliar a informação, buscar fontes seguras em tempos de Fake News. “Os adultos devem se apropriar do papel de adultos, não devem acreditar em tudo, se sentir ameaçados, claro que temos de dar atenção ao que ocorre em nossa volta, mas sem entrar em pânico”.
A especialista reforça a importância do diálogo entre pais e filhos, ouvir quais os medos e anseios da criança. Tratar a questão do comportamento e da ética para evitar problemas futuros como o bullying. “Celular não é babá eletrônica e aplicativos de controle auxiliam, mas não substituem as regras e uma boa conversa”.
Escola
Quem tem filhos em idade escolar ou trabalha em uma escola conhece bem os monstros que surgem nesses grupos. A primeira questão é a ética. “Não ter o contato, o olho no olho pode gerar distorções na comunicação, o que leva a uma discussão sobre o uso responsável e ético dos celulares”, diz Miranda.
Obviamente que muitas vezes esses conflitos atingem a escola. E o que fazer? Para os especialistas é importante o comportamento nas redes sociais seja incorporado às práticas pedagógicas. O comportamento dos pais reflete nas crianças.
“É importante que a escola abra espaço para rodas de conversa, que discuta o uso das ferramentas e redes sociais com os pais, que traga as famílias para perto e formem uma rede que ajude as crianças a crescerem de forma saudável e com autonomia”, avalia Ivone. R7.
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