A Petrobras anunciou na segunda-feira (20) a redução de 8% no preço da gasolina nas refinarias, mas esse repasse não é imediato e nem total aos consumidores brasileiros.
A estatal reduziu algumas vezes, nas últimas semanas, os preços dos combustíveis nas refinarias e, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), já reduziu o valor em 50% desde o começo de 2020. O motivo da grande redução é o isolamento social diante do avanço da pandemia do coronavírus, que levou a menor demanda dos combustíveis.
De 1º a 18 de abril deste ano, o preço médio do litro da gasolina ao consumidor ficou em R$ 4,095, valor 10% mais baixo em relação ao cobrado na última semana de dezembro do ano passado (R$ 4,555), segundo dados da ANP. O presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia, afirma que a redução dos preços nas refinarias não é imediata e nem total ao consumidor, já que existe uma cadeia por trás da venda. Segundo Gouveia, os postos de combustíveis compram diretamente de distribuidoras e não da Petrobras.
Quando a estatal vende para uma distribuidora, ela pode ou não aplicar o percentual de redução aos postos no momento da revenda. Segundo o presidente do Sincopetro, não há uma regra que determine que as distribuidoras e donos de postos repassem os descontos ou aumentos obrigatoriamente para o consumidor. O repasse é determinado por cada empresa, dependendo dos custos de cada uma, como pagamento de funcionários, impostos e margem de lucro.
Neste caso, em que a redução foi de 8% no preço da gasolina, provavelmente o repasse já será menor para os postos e, consequentemente, para o consumidor final. O estoque das distribuidoras também é um dos fatores que fazem com que a queda no preço não chegue imediatamente aos consumidores.