Na luta contra o racismo, sete clubes da Série A do Brasileirão incluíram cláusulas específicas em contrato que preveem punições, como multa e suspensão, e até demissão, caso funcionários ou jogadores cometam atos racista. A medida visa a conter atitudes racistas, mas também é uma forma de as equipes se protegerem juridicamente em situações de discriminação.
No levantamento, o ge questionou os 20 clubes da Série A sobre a existência das cláusulas. Entre eles, Bahia, Bragantino, Ceará, Corinthians, Cuiabá, Internacional e Palmeiras afirmaram ter dispositivos no contrato específicos contra racismo, e outras formas de discriminação, como xenofobia e homofobia.
Já equipes como Flamengo, Fluminense, Grêmio, Juventude e Santos afirmaram ter cláusulas que preveem punição a atitudes que desrespeitem seus códigos de conduta, mas sem especificar atos de discriminação. O Atlético-GO afirmou não ter cláusulas nesse sentido. O Atlético-MG disse que não conseguiria participar da reportagem. América-MG, Athletico-PR, Chapecoense, Fortaleza, Sport e São Paulo não responderam às questões enviadas.
O Bahia foi um dos primeiros clubes a divulgar a inclusão da cláusula antirracista em seus contratos. Nela, há previsão de multa ou demissão por justa causa. A medida foi tomada logo após um jogador de seu elenco, Índio Ramirez, ser acusado por Gerson, ex-Flamengo, de injúria racial, durante uma partida do Brasileirão de 2020. Na ocasião, o Tricolor chegou a afastar Ramirez por um período, mas reintegrou o jogador por considerar não haver elementos que comprovassem as ofensas. Após investigação, que durou dois meses, ficou constatado que não houve nenhum ato racista por parte do atleta tricolor. Gerson, inclusive, não apareceu no dia para prestar depoimento para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), encerrando o inquérito.
Todos os clubes ouvidos pela reportagem afirmaram realizar algum tipo de ação contra a discriminação, como a realização de palestras, lançamentos de uniformes com mensagens de conscientização, campanhas educativas e até parceria com entidades de combate ao preconceito.
Com informações do Globo Esporte