Por Sinval Santana /
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A pandemia de Covid-19 tornou mais evidente a necessidade dos chamados sistemas de sentinela, que monitoram agentes patológicos a fim de evitar surtos ou mesmo prever futuras epidemias. Além de vírus como o SARS-CoV-2 (novo coronavírus), porém, é fundamental monitorar também fungos e bactérias que ainda não possuem tratamentos eficazes e podem se espalhar. Esse foi o tema da 4ª Conferência Fapesp 60 anos, “Desafios à Saúde Global”, realizada na quarta-feira (22).
O evento teve como mediadora Helena Nader, professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) e integrante do Conselho Superior da Fapesp. “É muito importante termos sistemas de sentinela que permitam que uma pandemia, no início do seu surgimento, seja rapidamente detectada e combatida. Mas tudo isso requer uma interação, uma cooperação, que nem sempre são naturais”, disse o diretor científico da Fapesp, Luiz Eugênio Mello, durante a abertura do evento.
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Um dos vírus mais frequentemente encontrados no organismo humano é o TTV (torquetenovírus), comum também em macacos e animais domésticos. Sua presença até hoje não foi associada a nenhuma doença. Mas, quando ele começa a se replicar demais, é sinal de que algo vai mal no sistema imune.
Essa correlação entre carga de TTV elevada e imunossupressão já tem sido usada na medicina em alguns contextos, por exemplo, para monitorar pacientes transplantados e que precisam tomar remédios para evitar a rejeição do órgão. Agora, um novo estudo da Universidade de São Paulo (USP) sugere que a concentração de TTV no organismo de um infectado pelo SARS-CoV-2 pode servir como marcador de intensidade e de recuperação da Covid-19. Os resultados foram divulgados na revista PLOS ONE.
“Analisamos amostras de 91 pacientes com infecção pelo SARS-CoV-2 confirmada por RT-PCR e de outras 126 pessoas com síndrome gripal que testaram negativo. Observamos que os títulos de TTV aumentaram nos infectados pelo novo coronavírus – quanto mais altos, mais tempo eles permaneceram doentes – e que a queda da carga viral foi acompanhada de resolução dos sintomas. Já nos indivíduos não infectados, a concentração de TTV manteve-se estável durante todo o período sintomático”, conta Maria Cássia Mendes-Correa, professora da Faculdade de Medicina (FM-USP) e uma das autoras do artigo.
Mendes-Correa coordena o Laboratório de Investigação Médica em Virologia (LIM52) do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT-USP), onde há alguns anos o TTV tem sido analisado em contextos variados. A linha de pesquisa é liderada por Tania Regina Tozetto-Mendoza, bióloga e coautora do trabalho recém-publicado.
“Temos estudado o TTV como um potencial biomarcador de certos desfechos clínicos, medido em diferentes fluidos biológicos”, conta Tozetto-Mendoza.
O atual estudo foi desenvolvido no âmbito do Programa Corona São Caetano, uma plataforma on-line criada para organizar o monitoramento remoto de moradores com sintomas de Covid-19 por equipes de saúde e a coleta domiciliar de amostras para diagnóstico. A iniciativa envolve a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), a prefeitura local, a startup MRS – Modular Research System e o IMT-USP (leia mais em: agencia.fapesp.br/33604).
Com amostras coletadas de pacientes atendidos por esse programa, os pesquisadores do IMT-USP têm investigado – com apoio da FAPESP – como varia a eliminação do SARS-CoV-2 ao longo do tempo em diversos fluidos corporais, entre eles sangue, urina e saliva.
“Tivemos então a ideia de analisar nessas amostras a carga de TTV para ver se havia alguma relação com o quadro clínico da Covid-19. E os resultados mostram que o TTV, de fato, pode ser um marcador de evolução e resolução da doença. Quanto mais sintomático o paciente estava, maior era a carga de TTV na amostra”, conta Mendes-Correa.
A pesquisadora conta que todos os pacientes incluídos na pesquisa tiveram quadros leves ou moderados de Covid-19. A análise da carga viral – tanto do TTV quanto do SARS-CoV-2 – foi feita usando amostras de saliva. Por meio de um questionário aplicado aos participantes, foi possível constatar que nenhum deles era portador de doenças que causam imunossupressão, como câncer ou Aids.
“Acredita-se que a Covid-19, ao provocar um desequilíbrio imunológico, pode levar a certo grau de imunodepressão. E isso favorece a replicação do TTV”, explica Mendes-Correa.
Apoio ao diagnóstico
Segundo a pesquisadora, não há uma aplicação clínica direta para a descoberta. Mas ela pode, no futuro, contribuir para aprimorar o diagnóstico e o prognóstico da doença. “Hoje todos buscamos meios para obter um diagnóstico rápido e preciso. Uma das possibilidades é desenvolver um kit capaz de dosar vários biomarcadores da doença ao mesmo tempo e depois avaliar os resultados com o auxílio de algoritmos. A medida da carga de TTV é um dos vários testes que podem ser incorporados nesses algoritmos para subsidiar o diagnóstico. É nessa direção que a medicina está caminhando”, diz.
Por Sinval Santana /
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A Pfizer e a BioNTech disseram, nesta segunda-feira (20), que a vacina contra Covid-19 que desenvolveram em parceria induz uma resposta imune robusta em crianças de entre 5 e 11 anos de idade. Os laboratórios planejam pedir autorização para que a vacina seja aplicada nessa faixa etária às autoridades dos Estados Unidos (EUA), da Europa e de outros locais o mais rápido possível.
As empresas dizem que a vacina gerou resposta imune nas crianças de 5 a 11 anos em seu ensaio clínico de fases 2 e 3, e os resultados se equivalem ao que observaram anteriormente entre pessoas de 16 a 25 anos. O perfil de segurança também foi, em geral, comparável ao da faixa etária mais elevada, afirmaram.
“Desde julho, casos pediátricos de Covid-19 aumentaram em cerca de 240% nos Estados Unidos, enfatizando a necessidade de saúde pública de vacinação”, disse o presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, em comunicado à imprensa.
“Os resultados desse teste fornecem uma fundação sólida para buscar autorização de nossa vacina para crianças entre 5 e 11 anos, e planejamos entregar o pedido à FDA (agência reguladora dos EUA) e outros reguladores com urgência.”
Autoridades norte-americanas de saúde de alto escalão acreditam que os órgãos reguladores podem tomar uma decisão sobre a vacina, se é segura e eficaz em crianças mais novas, três semanas após a entrega pelos laboratórios dos pedidos de autorização, disseram à Reuters neste mês.
As internações e mortes por Covid-19 aumentaram nos Estados Unidos, nos últimos meses, devido à variante Delta do novo coronavírus, altamente contagiosa. Casos pediátricos da doença também estão em alta, particularmente porque crianças com menos de 12 anos não estão sendo vacinada. Não há, no entanto, nenhuma indicação de que, além de ser mais transmissível, a Delta seja mais perigosa para crianças.
Uma autorização rápida ajudaria a mitigar um potencial aumento de casos no outono do Hemisfério Norte, especialmente com as escolas já abertas em todo os EUA.
A vacina Pfizer/BioNTech já está autorizada para aplicação em crianças a partir de 12 anos em vários países, incluindo os Estados Unidos.
No ensaio clínico, as crianças entre 5 e 11 anos receberam uma dose de 10 microgramas da vacina, um terço da dose dada a pessoas com mais de 12 anos. As empresas disseram esperar, até o quarto trimestre deste ano, os dados sobre como a vacina atua em crianças entre 2 e 5 anos e em bebês de 6 meses a 2 anos.
Por Sinval Santana /
Se for necessário, o governo baiano vai acionar o Supremo Tribunal Federal para garantir a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos. A afirmação foi feita pelo governador Rui Costa na manhã desta segunda-feira (20), em entrevista a rádios do interior. Na semana passada, o Ministério da Saúde editou uma recomendação que suspende a imunização de menores sem comorbidades. Algumas capitais, como Salvador, atenderam ao órgão federal, mas na sexta-feira (17) a Comissão Intergestores Bipartite decidiu pela manutenção do deste público nas ações de imunização.
“Nossa orientação é não seguir o ministério no sentido de não vacinar adolescente. Não faz o menor sentido”, resumiu Rui. “Eu quero recomendar que a gente continue em todos os municípios a vacinação. A vacina é que protege as pessoas, salva vidas”. O gestor argumentou que a inclusão dos adolescentes na imunização contra a Covid-19 é adotada por outros países, sem nenhuma indicação de suspender a aplicação de vacinas.
Perguntado sobre a área de eventos e celebrações, o governador descartou qualquer chance de o Estado liberar iniciativas com acesso de público com apenas uma dose de vacina contra a Covid-19. Para o governador, a proteção com apenas uma aplicação é reduzida, tanto que com os idosos já está havendo a terceira aplicação. “Estou esperando apenas a vacinação em segunda dose avançar para ampliar a exigência (de ter tomado a aplicação de reforço)”, respondeu. Na entrevista, Rui ressaltou que, do ponto de vista legal, o interesse coletivo e a proteção à saúde prevalecem sobre o interesse pessoal.
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Na manhã desta quinta-feira (16), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), estava pronta para começar a vacinação da 1ª dose para o público de 17 anos, quando teve que suspender a ação, por recomendação do Ministério da Saúde, restringindo o emprego da vacina “somente aos adolescentes de 12 a 17 anos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade”, de acordo com a nota técnica nº 40/2021.
Uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), formada pelos secretários de saúde de toda a Bahia, discutirá, na manhã desta sexta-feira (17), se os municípios poderão retomar a vacinação de adolescentes, suspensa hoje em todo o estado.
Ramona Cerqueira, secretária municipal de Saúde, está otimista de que a decisão da CIB seja pela liberação da vacinação. Segundo ela, a definição deve sair ainda pela manhã a SMS estará pronta para reiniciar o trabalho à tarde, se a decisão do colegiado for pela continuidade da aplicação da 1ª dose aos adolescentes, com ou sem comorbidade.
“Se a CIB aprovar a continuação da vacinação, nossas equipes estarão prontas para começar a vacinar às 14 horas, indo até às 19 horas, para atender aos adolescentes conquistenses de 17 anos”, explicou Ramona. A secretária diz que a suspensão da vacinação, hoje, se deu em razão de recomendação do Ministério da Saúde a que a SMS seguiu pela necessidade de não expor o público a qualquer risco. “Mas, o entendimento é de que a vacina pode ser aplicada e se assim for, nossos adolescentes tomarão a 1ª dose e ficarão mais seguros contra a Covid-19”.
Portanto, pais, mães, responsáveis e adolescentes de 17 anos, fiquem atentos. Até meio-dia desta sexta-feira a Prefeitura de Vitória da Conquista vai divulgar a decisão da Comissão Intergestores Bipartite e, em caso positivo, confirmar os horários e locais da vacinação.
Pfizer – Algumas vacinas Pfizer chegaram a ser diluídas, mas foram remanejadas para uma das unidades de saúde que que não interromperam a aplicação da 3ª dose da Pfizer em idosos de 85 anos ou mais e em imunossuprimidos graves com 18 anos ou mais.