A Caixa Econômica Federal pediu o bloqueio online das contas da Arena Itaquera S/A por causa da dívida do financiamento do estádio. O juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Cível Federal de São Paulo, deve se pronunciar nos próximos dias.
O pedido foi feito na semana passada, dia 23, e acontece depois de o Corinthians não indicar judicialmente como fará o pagamento da dívida processual e também não indicar bens à penhora. Se o juiz aprovar, as contas da empresa ficam bloqueadas até atingir o limite da dívida total, de R$ 536 milhões.
O departamento jurídico do Corinthians corre contra o tempo para tentar o efeito suspensivo na cobrança da dívida executada. A intenção do clube é interromper o processo enquanto renegocia com a Caixa o financiamento. A diretoria jurídica do clube e do banco já começaram a conversar sobra a pendência.
O entrave inicial é sobre o parcelamento atrasado dos meses de junho e julho, período que a Arena Corinthians recebeu a Copa América e ficou sem arrecadar – a bilheteria da competição é da Conmebol. O presidente do clube, Andrés Sanchez, alega que havia acordo verbal para não pagar por esses meses. A Caixa ignora essa informação.
O banco reclama no processo que o Corinthians só pagou as parcelas de janeiro e de fevereiro deste ano e iniciou a dívida a partir de março. O clube informa que há essa divergência pois vinha cumprindo um acerto verbal.
Andrés havia acertado no ano passado novo parcelamento da dívida, mas o acordo não foi assinado. No combinado, que teria validade até 2028, o Corinthians pagaria parcelas mensais de R$ 6 milhões, de março a outubro de cada temporada, e R$ 2,5 milhões entre novembro e fevereiro, período em que há um menor número de jogos no calendário do futebol brasileiro.
Na segunda-feira, Andrés se reuniu com conselheiros do clube, no Parque São Jorge, para explicar a dívida. No encontro ele prometeu um novo acordo com a Caixa. Há outro conflito entre Corinthians e o banco. O clube diz que deve R$ 470 milhões, enquanto o banco afirma que ainda precisa receber R$ 536 milhões – ou seja, uma diferença de R$ 66 milhões.
No último dia 17, a Justiça acatou o pedido da Caixa para incluir o nome da Arena Itaquera S/A, que administra o estádio do Corinthians, no cadastro de inadimplentes da Serasa.
A Caixa emprestou inicialmente R$ 400 milhões ao Corinthians para a construção do estádio em Itaquera. Desde o início do financiamento, em 2014, o clube pagou cerca de R$ 170 milhões, sendo R$ 80 milhões de fevereiro de 2018 até agora.
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