O Brasil superou os Estados Unidos no registro diário de mortes decorrentes do novo coronavírus. O Ministério da Saúde brasileiro confirmou 807 novos óbitos nessa segunda-feira (25), dia em que o CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças) americano incluiu 620 mortes no balanço oficial. Foi a primeira vez, segundos os dados oficiais, que a pandemia fez com que o Brasil tivesse mais notificações de mortes do que os Estados Unidos.
Já de acordo com o levantamento da Universidade Johns Hopkins, o registro diário de óbitos nos EUA foi de 532 nesta segunda-feira. O que diferencia as fontes é a multiplicidade de bancos de informações usada pela Johns Hopkins, enquanto o CDC, órgão do governo federal americano, depende de dados dos departamentos de saúde estaduais e municipais.
Balanços diários de mortes, porém, muitas vezes são influenciados por problemas de notificação. Os registros no Brasil despencam em fins de semana e feriados, por exemplo, por causa dos regimes de plantão nos centros de saúde e em laboratórios, o que atrasa o repasse das informações. A escassez de testes faz também que óbitos sejam incluídos no balanço apenas semanas depois da morte, pela falta de confirmação do diagnóstico.
OS EUA registraram até esta segunda 1,6 milhão de casos, com 97,6 mil mortes, de acordo com o CDC. Os dados brasileiros mostram 374,8 mil casos, com 23,4 mil mortes. Mas, enquanto os números começam a cair por lá, por aqui a expectativa é de alta.
A ultrapassagem nos dados diários de óbitos ocorre em um contexto no qual a América do Sul é considerada um novo epicentro da pandemia. A constatação foi feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde) na semana passada, que alertou para a situação de Estados como o Amazonas, onde a taxa de infectados é de 652,4 infectados a cada 100 mil habitantes.
A Casa Branca antecipou nesta segunda-feira, em dois dias, as restrições de viagens do Brasil aos Estados Unidos, anunciadas depois que o País tornou-se um dos maiores focos da crise do coronavírus no mundo. A medida entrará em vigor às 23h59 de terça-feira (26) segundo comunicado oficial americano. A pressão vinha crescendo sobre o presidente Donald Trump diante do agravamento da situação no Brasil, onde o patamar diário de mortes ultrapassou as mil vítimas na semana passada.
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