O caso da jovem de 16 anos, que era estuprada desde os dez anos de idade no município de Vereda, no extremo sul da Bahia, foi descoberto pela polícia após a vítima ter entregue uma carta ao Conselho Tutelar durante um mutirão de paternidade, que celebrava o Dia Nacional da Cidadania. No texto, que foi escrito a próprio punho, a vítima “pedia socorro e dizia que não aguentava mais aquela situação”.
A informação foi divulgada ao G1, na manhã desta segunda-feira (21), pelo delegado responsável pela prisão, Manoel Andreetta. Conforme o delegado, a carta evidenciava o terror psicológico enfrentado pela vítima. “Ela conta na carta que ele [o agressor] ameçava matar a mãe dela, caso ela contasse o que estava acontecendo. Ela aproveitou o mutirão para pedir socorro”, contou. No momento da prisão, o pai e agressor, que tem 47 anos, usava uma camisa com frase pornográfica “Pinto educado é o meu. Que levanta para a mulher sentar”.
Incluída ao processo, a carta entregue ao Conselho Tutelar não foi apresentada à reportagem. Entretanto, Manoel Andreetta destaca que o texto foi fundamental para interromper o ciclo criminoso que se desenrolava por seis anos.
“A carta foi entregue ao Ministério Público e, então, tudo começou. Foi fundamental para a prisão”, relatou. A jovem estuprada pelo pai está grávida. Como ela tem namorado, a polícia irá esperar o resultado do teste de paternidade para saber se o filho da vítima é fruto das agressões sexuais que sofreu do pai. Não há previsão para divulgação do resultado dos exames.
Preso no dia 17 de novembro, o agressor, que segundo o delegado confessou o crime e tratou os estupros com naturalidade, foi encaminhado para o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, onde é mantido em cela diferenciada. “Sabendo que há uma cultura de intolerância no próprio meio prisional, diante desse tipo de crime, ele teve transferência imediata para o Conjunto Penal, que tem celas especiais para atender esses casos”, explica o delegado.
Prisão
O agressor foi preso em Cruzeiro do Sul, distrito do município de Vereda, no extremo sul da Bahia. Em depoimento à polícia, ele confessou o crime e contou cometer os abusos há cerca de seis anos, quando a garota tinha 10 anos.
Na tarde de sexta-feira (18), o criminoso foi transferido para o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas. Já a adolescente ficou sob cuidado de familiares no município de Vereda. O Conselho Tutelar também acompanha o caso.
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