O Ministério Público da Bahia registrou, por meio do Mapa do Racismo, 37 denúncias de casos de intolerância religiosa no estado em 2022. O período analisado vai de 1º de janeiro a 5 de dezembro do último ano. Ainda segundo o órgão, outras denúncias podem ter chegado às Promotorias de Justiça das comarcas de todo o estado por outros meios, mas não há como precisar.
Na próxima sexta-feira (27), às 14h, o MP-BA organiza o debate “Salvaguarda e proteção de espaços sagrados e monumentos de matriz africana”, no Terreiro Casa Branca (Ilê Axé Iyá Nassô Oká), e será conduzido pela promotora de Justiça Lívia Vaz. O projeto foi premiado em 2022 na categoria Ministério Público do “Prêmio Innovare”.
“Essa suposta guerra santa, essa inquisição contemporânea, de santa não tem nada. E ela tem muito menos de disputa religiosa do que disputa por poder e território. Os evangélicos, principalmente dos segmentos neopentecostais, estão no poder legislativo, executivo, acessando o sistema criminal e fazendo até a conversão de organizações criminosas que supostamente em nome de Deus vêm depredando terreiros”, afirmou a promotora de Justiça Livia Vaz em entrevista à Rádio Metropole.
Guerra Santa foi o título da matéria de capa do Jornal da Metropole no início deste mês. A reportagem abordou as denúncias de “nova colonização” cristã e intolerância religiosa por parte de evangélicos no Parque do Abaeté, em Salvador.
O professor Pedro Queiroz, de 27 anos, afirmou que já é corriqueira a intolerância religiosa durante as práticas do candomblé no local. “Vivemos na lagoa do Abaeté, principalmente nós que somos do terreiro ali de Itapuã, e os protestantes agora estão indo muito lá, então às vezes, quando vamos limpar o busto, já aconteceu de ouvir coisa, de repreender, de dizer que só Jesus salva, que o demônio está com a gente, que Jesus está voltando…”, disse.
Deixe seu comentário