Preço do botijão de cozinha nas refinarias aumentou mais de 600% entre 2002 e 2021


A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI),  elaborou um estudo sobre o preço do gás de cozinha entre 2002 a 2021. A análise foi feita considerando o botijão de gás de 13 kg, que de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é utilizado por 90,0% dos domicílios do país principalmente para o cozimento de alimentos – sendo, portanto, um importante item de consumo dos lares brasileiros. Por isso, as variações nos níveis de preços do botijão são prontamente sentidas pelas famílias brasileiras, sobretudo, as de menor renda, confirmou o estudo. O levantamento também traz duas informações relevantes. A primeira delas mostra que, em 2020, o consumo de gás de cozinha aumentou cerca de 5,0%, quando comparado com o observado no ano de 2019, e isso se deve, provavelmente, pelo efeito da pandemia de Covid-19 e pela adoção de políticas de isolamento social e quarentena, que mantiveram fechados estabelecimentos comerciais como os restaurantes e induziram os brasileiros a prepararem refeições em casa. A segunda informação avaliza que houve um maior comprometimento da renda familiar destinada para este item de consumo dos domicílios brasileiros devido aos aumentos dos preços e da procura por botijões de gás. Com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018 do IBGE, o estudo da SEI ainda revelou que, no Brasil, 10,0% das famílias mais pobres comprometeram, em média, 6,2% do rendimento mensal familiar para comprar o gás de cozinha, ao passo que, na Bahia, esse comprometimento foi de 7,9%. Entretanto, entre os 10,0% mais ricos, esses percentuais eram de 0,4% e 0,5% para Brasil e Bahia, respectivamente, evidenciando que as elevações de preços do produto penalizaram mais fortemente os mais pobres. Já na análise feita considerando como parâmetro o salário mínimo, verifica-se que, em 2021, o brasileiro gastava 7,9% (R$ 86,90) do salário mínimo para comprar um botijão de 13 kg. Ao mesmo tempo, os baianos comprometiam 7,4% (R$ 81,40) do mínimo para adquirir o mesmo botijão de 13 kg naquele ano.