Justiça de Sumaré condenou a prefeitura a pagar indenização de R$ 100 mil à mãe de uma adolescente que morreu aos 17 anos com suspeita de dengue, no dia 23 de abril de 2014. Narjara Leal Moura alega que sua filha, Daiana Ingrid Najara Bastos, foi liberada após um primeiro atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Macarenko, teve o quadro agravado e ficou em uma maca sem atendimento, durante uma madrugada, antes de ser transferida ao Hospital Estadual de Sumaré (HES), onde morreu. A sentença cita omissão. Cabe recurso.
A decisão é do último dia 31 e também foi determinado pagamento de pensão mensal de meio-salário mínimo (R$ 477) por sete anos. No processo, Narjara relata que, no primeiro atendimento, Daiana foi medicada e liberada para retornar à sua residência. “No mesmo dia, mais tarde, por não ter havido melhora retornou à UPA, onde ficou sem atendimento, deixada em uma maca à sua sorte, até ser enviada à UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Estadual de Sumaré, onde faleceu”, diz trecho do documento.
A mãe da estudante disse que inicialmente não foi autorizada a entrar com a filha no segundo atendimento, mas que depois conseguiu o acesso ao setor onde ela estava. “O quadro que eu encontrei minha filha foi esse: luzes apagadas, cortinas fechadas, ninguém lá dentro (da sala), emergência completamente abandonada. Até que encontrei ela atrás de uma paredinha com a maca lá, lençol sobre os seios, língua de fora, espuma que descia da boca. Quando eu peguei, ela super gelada. Comecei a gritar”, contou.
A acusação detalha que Daiane permaneceu até as 6h sem qualquer tipo de cuidado e que em sua ficha de atendimento nada consta desde as 0h. Em nota, o Hospital Estadual de Sumaré informou que a paciente chegou à unidade em estado grave decorrente de uma patologia agravada pela dengue.
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