A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou denúncia do MPF (Ministério Público Federal) e tornou, nesta quinta-feira (19), o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) Carlos Arthur Nuzman réus no âmbito das operações Calicute e Eficiência, desdobramentos da Lava Jato. Ao lado de mais quatro pessoas, a dupla é acusada de participar do esquema de corrupção e compra de votos que definiu a cidade do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.
A decisão é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Também se tornaram réus nesta ação Arthur César de Menezes Soares Filho, o “Rei Arhur”; Leonardo Gryner, braço-direito de Nuzman e ex-diretor de operações do Comitê Organizador dos Jogos 2016 e do COB; e os senegaleses Papa Massata Diack e Lamine Diack.
Todos são acusados pelo crime de corrupção passiva, com exceção do “Rei do Arhur”, que é acusado pelo crime de corrupção ativa. Nuzman, porém, também vai responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Além de corrupção passiva, Gryner também é réu por organização criminosa.
Na decisão, Bretas afirma Nuzman e Gryner “de modo consciente, voluntário, estável e em comunhão de vontades, promoveram, constituíram, financiaram e integraram, pessoalmente, uma organização criminosa que tinha por finalidade a prática de, entre outros, crimes de corrupção ativa e passiva em detrimento do Estado do Rio de Janeiro, do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, bem como a lavagem dos recursos financeiros auferidos desses crimes”.
O advogado de Nuzman, Nélio Machado, afirmou que a aceitação da denúncia é “meramente formal” e diz acreditar que “o próprio juiz poderá reconhecer a inanidade, a inapetência e o vazio da acusação” (leia o posicionamento na íntegra abaixo).
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