Temer designa Maia articulador da Previdência


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Com uma série de 20 medidas provisórias represadas, mudanças no sistema eleitoral com menos de dois meses para serem votadas e, de quebra, a reforma da Previdência, o governo não quer perder tempo. A ordem é, no menor prazo possível, resolver os principais problemas pendentes (veja quadro abaixo), tentar reorganizar os partidos aliados e, com o discurso de que é possível seguir com as reformas, atrair os tucanos desgarrados da base governista.  Por isso, em pleno domingo, o presidente Michel Temer chamou ao Planalto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para discutir ponto a ponto o que está pendente de votação no Congresso. Ali, foi dado um aviso: “Não podemos perder tempo em levar adiante a agenda do país”, disse o presidente Michel Temer. Esse sentimento de “vamos em frente” requer, sob o ponto de vista político, convencer os demais integrantes da base aliada de que não dá para pensar em retaliar ninguém agora, leia-se, tirar ministérios do PSDB.

Nos próximos dias, os líderes, ministros e até o próprio Temer estarão dedicados a mostrar para os demais que o PSDB, no início da crise, em maio, tinha um número maior de parlamentares contra o governo e chegou a agosto com uma ligeira vantagem para os aliados do Planalto.

Diante disso, o melhor a fazer é tentar trazer o restante e não perder os que ficaram. “O PSDB é reformista, tem que estar dentro da base de um governo que tem agenda de reformas”, afirma o líder do governo no Congresso, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES).

O que Lelo diz de público outros aliados do presidente complementam em conversas reservadas: não dá para estreitar a base ficando apenas com o Centrão, representado por PP-PTB-PR e outros pequenos partidos que têm perfil mais voltado ao toma-lá-dá-cá e são insuficientes para dar ao governo uma vitória na reforma da Previdência.

Diante da constatação, fixou-se um prazo até fim de setembro para acalmar tudo e limpar a pauta a fim de deixar a base aliada em ponto de bala para votar a reforma Previdenciária.