Faleceu nesta segunda-feira (7), aos 83 anos, a atriz Aracy Balabanian. Ela enfrentava um câncer no pulmão desde o ano passado e estava hospitalizada em uma Clínica da Zona Sul do Rio de Janeiro. A confirmação veio por meio de familiares e amigos. Nascida em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Aracy Balabanian fez sua estreia na televisão em 1965, protagonizando uma versão teleteatral pioneira da TV Tupi da peça “Antígona”, escrita por Sófocles. Antes disso, como jovem artista formada pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), ela já havia se destacado nos palcos com o grupo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Desde então, a atriz sempre equilibrou sua atuação entre o teatro e a televisão. Apenas após sua participação na novela “Antônio Maria” (1968), na TV Tupi, contracenando com Sérgio Cardoso, é que o pai de Aracy Balabanian aceitou sua escolha artística. Originária de uma família de imigrantes armênios que inicialmente não aprovava sua paixão pelas artes, Aracy descobriu seu amor pelo teatro quando ainda era criança, vivendo em São Paulo. Entre suas atuações notáveis em telenovelas estão produções como “Corrida de ouro” (1974), “Bravo!” (1975), “O Casarão” (1976), “Coração alado” (1980), “Locomotivas” (1986), “Rainha da sucata” (1990) — que lhe proporcionou seu papel mais famoso, Dona Armênia —, “A próxima vítima” (1995), e o programa infantil “Vila Sésamo” (1972), todos transmitidos pela TV Globo.
Morreu nesta quarta-feira, aos 83 anos, em decorrência de uma broncopneumonia, o cineasta paulistano José Mojica Marins, que ficou conhecido em todo o país pelo personagem Zé do Caixão. A informação foi confirmada pela família.
Foi durante um pesadelo, sonhado no início de 1963, que o inferno acenou pela primeira vez para Marins. O diretor tinha então com 27 anos, e já contabilizava dois longas-metragens em seu currículo: o faroeste “Sina de aventureiro” (1957) e o drama “Meu destino em suas mãos” (1961). No sonho, ele era arrastado para uma cova por um homem todo de preto, que tinha seu rosto. Ao despertar assoberbado, com a imagem daquele sujeito na cabeça, ele criou um dos personagens mais famosos da história do cinema brasileiro: o coveiro Josefel Zanatas, conhecido (e temido) ao longo de seus 51 anos de existência pela alcunha de Zé do Caixão. E com ele, a produção audiovisual do Brasil abria os olhos para um dos filões mais populares da ficção: o horror, gênero no qual Mojica virou um mestre, dirigindo e atuando.
— Quando despertei do pesadelo, no comecinho de 1963, a ideia do Zé já estava definida, e então comecei a correr atrás de sobras de negativo em estúdios de São Paulo, como a Vera Cruz e a Maristela, para poder filmar uma história em que aquele homem procurava a mulher ideal para ser a mãe de seu filho — contou Mojica ao GLOBO em 2013, quando comemorou o jubileu de seu exu de unha grande, batizado em homenagem a um coveiro amigo. — O nome Josefel veio de um cara que eu conhecia e que mexia com defuntos, um agente funerário chamado Josef. Zanatas era brincadeira com Satanás.