A saúde mental na polícia é um assunto que tem tomado corpo como foco de atenção dentro das corporações no Brasil. Além de todos os afastamentos por questões psicológicas, há uma grande preocupação com a taxa de casos em que os distúrbios se transformam em ações extremas, como tirar a própria vida. De acordo com a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), na Polícia Militar da Bahia (PM-BA), até 22 de junho, foram ao menos seis suicídios somente em 2021.
O coordenador-geral da entidade, deputado estadual Soldado Prisco (PSC), afirma que “ainda há diversos outros casos de agentes que estão à beira do abismo”. “Alguns chegam até a gente e fazemos o possível para auxiliar, mas outros não temos conhecimento e acontece o pior”, contou Prisco. Ainda segundo ele, as principais causas são problemas financeiros – já que a categoria está sem reajuste há oito anos – e a pressão dentro da própria corporação.
“São escalas exorbitantes, sem folgas devidas, além de uma cobrança por produção por parte do Estado, o que é ilegal. Cobrança para aumentar o número de prisões, de abordagens. Existe até um ranking entre comandantes de qual equipe fez mais ações. Às vezes surge a informação de duas mil abordagens em um dia, mas isso não existe, é forjado, por causa da pressão, para dar uma sensação falsa de segurança à população” afirmou Prisco.
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