Turista que teve manchas no corpo após banho de mar recebe alta médica


Caso aconteceu na cidade de Ilhéus — Foto: Arquivo Pessoal/ Por G1 BA

O turista de Minas Gerais que está com manchas no corpo desde que tomou banho de mar em uma praia de Ilhéus, na Bahia, recebeu alta no final da tarde de segunda-feira (11). Anderson Gabriel Miranda, de 38 anos, estava internado no Hospital Regional Costa do Cacau desde o dia 4 de novembro, após sentir mal-estar com vômitos e náuseas.

Apesar da alta, o laudo com as causas das manchas e do mal-estar é inconclusivo. No relatório de alta, no item “suspeita diagnóstico”, a situação do paciente é relatada com uma interrogação e está escrito: “Dermatite alérgica de contato devida a outros produtos químicos?”.
“Não podemos cravar o que ocorreu. Todos os exames que deram positivo para a outra paciente [Claudia – Veja o caso dela ao final da matéria] deram negativo para ele”, disse o Secretário de Saúde de Ilhéus, Geraldo Magela.
A secretaria já havia descartado a intoxicação por óleo, mas o turista seguiu em observação no hospital e passou por exames com vários especialistas. O hospital resolveu mantê-lo internado por precaução para evitar uma possível intoxicação.
Relatório de alta do turista mineiro que teve manchas no corpo após tomar banho de mar em Ilhéus — Foto: Arquivo Pessoal
Ainda com as manchas pelo corpo, Gabriel conta que vai voltar para Minas Gerais até quarta-feira (13) e, em seguida, procurar tratamento para as manchas.
“Eu não sinto mais náuseas, nem nada, só minha pressão que ainda tem picos. Hoje eu fui na farmácia depois do almoço e minha pressão estava 17/10. Eu nunca tive problema de pressão, apresentei esse problema agora. Minha pele ainda está bem vermelha e sinto coceira”, contou.
Anderson, que é empresário e veio para a Bahia em período de férias, disse que a situação não o traumatizou e que ele tem muito carinho pelo nordeste.
“Há uns quatro anos meu tio comprou esse apartamento aqui [em Ilhéus] e desde então a gente sempre vem pra cá. Na segunda-feira, quando fui para o hospital, meu plano era ir para Morro de São Paulo, depois Maceió e depois Fortaleza, mas não aconteceu. Eu vou continuar vindo aqui”, disse.

Caso
Turista de MG fica com manchas no corpo após banho de mar no sul da Bahia — Foto: Arquivo PessoalTurista de MG fica com manchas no corpo após banho de mar no sul da Bahia — Foto: Arquivo Pessoal
Em entrevista ao G1, Anderson relembrou o sábado do dia 2 de novembro, quando tomou banho de mar e horas depois, apareceram as manchas.
“Tomei um banho de mar, de uns 40 minutos. Depois fui andando para o apartamento, uma caminhada de cerca de 15 minutos no sol. Cheguei no prédio, tirei o sal do corpo na ducha e depois subi para tomar banho. Enquanto tomava banho, percebi que a água que saía do meu corpo, estava meio escura. Quando passei a bucha vegetal também notei uma coisa meio oleosa”, relembrou.
Após o banho, Anderson comeu e dormiu. Ao acordar, no final da tarde, ele percebeu as manchas e procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), próximo ao apartamento onde estava hospedado.
“Fui na UPA, tomei um Fenergan e voltei para casa. Me senti bem e dormi. No domingo (3), voltei a sentir a pele queimando e coçando. Voltei na UPA”, contou.
Depois do atendimento no domingo, Anderson foi encaminhado para o hospital na segunda-feira (4), onde ficou internado por uma semana. “No final de semana eu só senti as coisas na pele. Na segunda, quando eu fui fazer um exame no hospital, foi que eu passei mal, vomitei bastante. Meu organismo apresentou sintomas 48 horas depois do banho de mar”, disse.
Quando questionado sobre o que poderia ter causado os sintomas, Anderson disse que também não sabe o motivo, mas destaca que tudo aconteceu após o banho de mar.
“Não senti nada e não vi nada enquanto tomava banho, mas depois eu fui na praia e vi fragmentos de óleo nessa praia. Pode ter sido uma intoxicação pela diluição do óleo na água, não sei. Eu gosto muito daqui e minha intenção não é acabar com o turismo. Foi um acidente ambiental, os municípios, estados não têm culpa. Mas, ao meu ver, deveria fazer isolamento das áreas. Da mesma forma que aconteceu comigo pode acontecer com outras pessoas”, contou. Informações: G1 Bahia.