Quem é André Mendonça, novo ministro da Justiça “terrivelmente evangélico”


Profissional de carreira da Advocacia-Geral da União há 20 anos, André Mendonça tornou-se nesta terça-feira o ministro da Justiça “terrivelmente evangélico”, nas palavras do presidente Jair Bolsonaro, depois de comandar a AGU desde o início do atual governo em janeiro do ano passado.
De perfil técnico, como sempre gosta de ressaltar, Mendonça assumirá a pasta da Justiça e Segurança Pública no lugar de Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato que se tornou para muitos símbolo de combate à corrupção e que pediu demissão na sexta-feira fazendo acusações de que Bolsonaro quer interferir politicamente na Polícia Federal, que é subordinada ao ministério.
Nascido em Santos, litoral de São Paulo, Mendonça é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) e, no templo da igreja na Asa Sul, em Brasília, atende por Reverendo André.
Graduado na Faculdade de Direito de Bauru, no interior de São Paulo, é pós-graduado em Direito Público pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre e doutor em Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha, onde apresentou teses premiadas sobre recuperação de ativos desviados pela corrupção.

Também atua como professor em várias universidades, entre elas a Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Mendonça, de 47 anos, já foi classificado por Bolsonaro como “terrivelmente evangélico” após o presidente afirmar que poderia indicar para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal um nome com essa característica.

A citação fez com que o agora ministro da Justiça fosse alçado ao posto de cotado para uma cadeira no STF, corte em que atuava como defensor do governo federal enquanto esteve à frente da AGU.

É comum presidentes nomearem ministros da Justiça ou chefes da Advocacia-Geral para vagas no Supremo. O atual presidente da corte, Dias Toffoli, foi advogado-geral da União no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo posto que Gilmar Mendes ocupou na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Já o ministro Alexandre de Moraes foi ministro da Justiça do ex-presidente Michel Temer antes de ser nomeado por ele a uma cadeira no STF.

A próxima vaga na corte será aberta em novembro, com aposentadoria compulsória do ministro Celso de Mello, atualmente o decano do Supremo, que completará 75 anos. (Exame)