DF: 6 professores são presos por fraudar concurso


A Coordenação de Repressão ao Crime Organização (Cecor) abriu, na manhã desta quarta-feira (28), a terceira fase da Operação Panoptes, que investiga a chamada ‘máfia dos concursos’ no Distrito Federal. Na nova ação, oito pessoas recém-nomeadas para cargos públicos foram presas, entre elas, seis professores. Ao todo, são cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão temporária. Os investigadores fazem buscas em Brazlândia, Gama, Santa Maria, Guará II, Riacho Fundo I, Taguatinga, Cruzeiro Novo, Condomínio Mansões Entre Lagos e Núcleo Bandeirante. Os agentes também percorrem cidades de Goiás, como Valparaíso, Formosa e Cristalina. Esta fase foi batizada de Magister. Em nota, a Secretaria de Educação informou que irá acompanhar os desdobramentos.

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Desde agosto do ano passado, a Polícia Civil do DF mira o grupo comandado por Hélio Ortiz. Na primeira fase, além de Hélio, foram presos Bruno de Castro Garcia Ortiz, Johann Gutemberg dos Santos e Rafael Rodrigues da Silva Matias. Helio Ortiz e Bruno Ortiz, pai e filho, já haviam sido presos em 2005 pelo mesmo crime. A segunda fase da operação teve início após informações sobre a venda de vagas no certame do Corpo de Bombeiros Militar do DF. As investigações apontaram a existência de uma organização criminosa ramificada, destinada a fraudar concursos públicos e vestibulares de medicina, bem como falsificar diplomas e certificados de pós-graduação. A operação apura esquemas de fraudes em concursos públicos do Distrito Federal, ocorridas pelo menos nos últimos cinco anos. O grupo vendia vagas em concursos públicos, diplomas de cursos superiores e vagas em vestibular de medicina.

O esquema

As investigações apontaram que as fraudes eram realizadas, geralmente, de quatro formas. Uma delas era a utilização de ponto eletrônico pelos candidatos, que recebiam as respostas por membros da organização criminosa, denominados “pilotos”, que seriam os responsáveis por fazer a prova e sair do local com as respostas. Outra forma de operação era a utilização de celular escondido no banheiro, com transmissão das respostas.

Também foi verificado o envolvimento de bancas organizadoras, que recebiam as folhas de resposta quase em branco e faziam o preenchimento de acordo com o gabarito oficial. Foi apurado, ainda, casos de outras pessoas que faziam a prova no lugar dos inscritos, com o uso de documentos falsificados.

Como contrapartida, os candidatos beneficiários da fraude remuneravam a organização criminosa com o valor equivalente a 20 vezes a remuneração do cargo comprado, pagando um valor variável de entrada. Após a aprovação no cargo almejado, o restante era pago por meio de empréstimo consignado.