Bolsonaro diz que ‘será impossível governar’ com reajuste de servidor


Carolina Antunes/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (20) que será “impossível” governar o Brasil se a Câmara não mantiver o veto que impede a concessão de reajuste de servidores públicos, já derrubado na quarta-feira (19) pelos senadores. Os deputadores federais devem analisar o tema ainda hoje.

Em conversa com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que a responsabilidade não é só dele de ajudar o país a “sair do buraco”, mas também dos parlamentares.

“Ontem o Senado derrubou um veto que vai dar um prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Então, eu não posso governar um país se (a derrubada) desse veto for mantida na Câmara, é impossível”, disse.

“A responsabilidade não é só minha, é de todo mundo a responsabilidade de ajudar o Brasil a sair do buraco”, emendou.

Antes de citar a medida tomada pelo Senado, Bolsonaro avisou os apoiadores que não aceitaria protestos em frente ao Alvorada. “Eu venho aqui para atender o povo, conversar, Não vou aceitar protestos, quem quiser fazer, pode ser direito de vocês, mas procure o ministro para atendê-los, se não vou parar de passar aqui”, comentou, sem explicar qual manifestação o havia aborrecido.

Os senadores derrubaram o veto de Bolsonaro a trecho do projeto que abria exceções à proibição de reajustes salariais de servidores públicos até o fim de 2021. O veto ainda tem de ser votado pela Câmara, em sessão prevista para esta quinta.

A proibição da concessão de aumentos foi estabelecida como contrapartida ao auxílio federal de R$ 60 bilhões repassado a Estados e municípios para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

A derrubada do veto deixa de fora da restrição categorias como as de profissionais de segurança pública, saúde, educação, agentes penitenciários e militares.